O governador Carlos Brandão
(PSB) foi o entrevistado do programa Metrópoles Entrevista, apresentado pelo
jornalista Paulo Cappelli. Na conversa, tratou de temas centrais para o país e
o Maranhão, como os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a importância
da articulação com o governo federal, os avanços sociais no estado e o
posicionamento político em relação às eleições de 2026.
Sobre o tarifaço anunciado
pelos EUA, que eleva em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, Brandão
ressaltou que no Maranhão uma pequena parcela dos produtos passam pelo Porto do
Itaqui para o mercado norte-americano.
"O Porto do Itaqui
exporta soja e milho do Matopiba. A soja vai basicamente para a China. Parte do
milho também vai para a China e a outra para a Espanha. Agora, as fábricas de
celulose da Bahia e do Maranhão, que têm mais exportação para os Estados
Unidos, serão atingidas pelo tarifaço. O impacto deve ser de 16% na venda de
celulose nas operações dos dois estados", explicou.
Brandão ainda esclareceu que o
preço da importação de produtos americanos só sofrerá mudanças caso haja
taxação recíproca do governo federal, medida que classificou como último
alternativa. "Com relação à importação, 70% do combustível que chega ao
Brasil entra pelo nosso porto. Desse total, 90% vai para o agro e 10% para os
postos de gasolina. Se o governo reagir com tarifaço, teremos esse
impacto", pontuou.
Indagado sobre sua postura na
questão levantada por Trump contra o Brasil, o governador reforçou a
necessidade de união e diálogo entre os estados e o governo federal, destacando
que o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin estão à frente da
condução do tema.
“Teremos reunião com os
governadores do Nordeste e com a presença do presidente Lula, para tomar
conhecimento das providências do governo quanto ao tarifaço dos EUA. O
governador Tarcísio está em outro campo, talvez não queira ser liderado pelo
presidente Lula nesse processo. E eu, como sou liderado pelo presidente e pelo
amigo Geraldo Alckmin, não acho conveniente sair na frente sem ouvir nossos
líderes, que têm os elementos para compreender melhor o Brasil inteiro”,
afirmou.
Ele defendeu uma resposta
coordenada entre os estados, respeitando a liderança federal, e alertou para o
risco de prejudicar setores produtivos e empresas brasileiras e
norte-americanas.
“Eu vejo que, se os insumos
brasileiros sofrerem aumento de tarifa, vai aumentar também o preço dos
produtos finais feitos pelos Estados Unidos. Se isso atingir diretamente as
empresas americanas, é possível que o presidente Trump recue, para evitar a
perda de empregos e de competitividade", avaliou Brandão.
Na área social, o governador
destacou o impacto positivo das ações do presidente Lula no combate à extrema
pobreza e reforçou os avanços do Maranhão nos últimos anos. Segundo ele, cerca
de um milhão de maranhenses deixaram a extrema pobreza, contribuindo
diretamente para a saída do Brasil do Mapa da Fome. Além disso, o programa
Maranhão Livre da Fome vai atender mais 430 mil pessoas em situação de vulnerabilidade
social.
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