Assembleia Legislativa do Maranhão

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Na França, Maranhão e Brasil recebem certificação de Zona Livre da febre aftosa sem vacinação

 

Presidente Lula e o gov. Brandão, na França
Como parte de sua agenda de compromissos oficiais na Europa, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, participou nesta sexta-feira, 6, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da cerimônia de entrega do certificado internacional que reconhece o Brasil como país livre da febre aftosa sem vacinação. O título foi conferido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OMSA) e a solenidade foi realizada em Paris, na França. 

O reconhecimento abrange todas as regiões do país, incluindo o Maranhão, que desde abril de 2024 já havia sido reconhecido no âmbito nacional, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), como zona livre da febre aftosa sem vacinação.  

A outorga do certificado ao Brasil é uma conquista histórica para o setor agropecuário brasileiro, líder mundial na exportação de carne bovina e é resultante de mais de 60 anos de trabalhos conjuntos que envolveram vacinação em massa, reforço na vigilância sanitária e cooperação entre União, estados e produtores rurais. 

Com a certificação internacional, a carne exportada pelo Brasil e pelo Maranhão terão acesso a mercados internacionais que exigem maior controle sanitário de carnes, redução de custos e a melhoria da imagem da pecuária brasileira em todo o mundo, como avalia o governador Carlos Brandão. 

“Isso abre portas para a exportação tanto do bovino como do suíno, e abre, inclusive, o mercado internacional. A gente já vendia para dentro do país, com certificado de zona livre de aftosa interestadual, mas agora recebemos essa certificação internacional. O que eu pude ver aqui são vários proprietários de frigoríficos com interesse no Maranhão. Agora eles podem se instalar, gerar emprego, gerar renda e exportar pelo Maranhão”, ressaltou o governador. 

Porto do Itaqui e a ampliação das exportações

Na última quarta-feira, 4, também em Paris, Brandão participou de reunião com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e lideranças brasileiras do Setor das Indústrias Frigoríficas de Bovinos e Exportadores de Carne / Bovinos Vivos. 

O objetivo do encontro foi ampliar o relacionamento com o setor e prospectar novos investimentos que ampliem as oportunidades de negócios da pecuária maranhense. Para o governador, as capacidades logística e portuária podem fazer a diferença na ampliação das exportações da carne maranhense.

“Nós temos um diferencial entre muitos estados. Nós temos o Porto do Itaqui, onde a carne pode ser beneficiada, processada e exportada através dos navios para a Ásia ou para a Europa, qualquer lugar do mundo”, destacou o governador. 

Potencial do agronegócio brasileiro no mundo

O novo status sanitário internacional foi aprovado durante a realização da 92ª assembleia da OMSA no dia 29 de maio, mas o presidente Lula só recebeu hoje a certificação das mãos da diretora-geral da instituição, Emmanuelle Soubeyran. 

Para o presidente Lula, o reconhecimento enaltece o esforço de décadas e reafirma o potencial do agronegócio e da pecuária brasileira para a economia do Brasil, que ele chamou de “principal negócio do Brasil”.  

“Então hoje é o reconhecimento de um país que tem no agronegócio, que tem na pecuária, uma das suas mais importantes vertentes econômicas. A gente quer produzir a melhor carne, a gente quer produzir a carne mais saudável e a gente quer disputar os mercados do mundo inteiro com quem quer que seja”, frisou Lula. 

Setor agropecuária mais competitivo

A febre aftosa é uma doença raramente fatal aos animais e que não apresenta riscos à saúde humana. Entretanto, o reconhecimento internacional reforça o compromisso dos produtores rurais com a qualidade da proteína animal brasileira ofertada a compradores de todo o planeta. 

“O sucesso do Brasil tem mais implicações. Ele fortalecerá a confiança dos parceiros em comércio, facilitará a exportação do Brasil e aumentará a reputação dos produtos de alimentos brasileiros em todo o mundo, e também servirá como exemplo para outros países trabalhando para alcançar sucessos semelhantes”, afirmou a diretora-geral da OMSA, Emmanuelle Soubeyran.   

O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, participou da solenidade em Paris e salientou o forte processo de integração entre os governos nacional e subnacionais que, após décadas de campanhas e intenso controle sanitário, garantiram o reconhecimento do título de país livre da febre aftosa sem vacinação. 

“Foram vários anos e diversas campanhas. A força da integração do sistema brasileiro, o governo federal, os estados, e aqui nós temos o governador do Maranhão, foram muito importantes. Os estados foram relevantes com as suas agências sanitárias, os municípios, os pecuaristas que tomaram para si a responsabilidade de vacinar, tomaram para si o compromisso de ajudar a erradicar a febre aftosa. Foi um processo que o Brasil amadureceu e chegou ao topo da sanidade mundial. O Brasil hoje está igual a todos os países do mundo que têm relevância na sanidade animal e não vamos abrir mais mão desse status”, pontuou o ministro. 


Maranhão na frente

Fávaro ressaltou que o Maranhão foi um estado protagonista no plano nacional, no processo de retirada da vacinação contra a febre aftosa, por meio do fortalecimento do sistema sanitário, intensificação de campanhas vacinais e amplo diálogo e com os produtores rurais locais.  

"O estado de Maranhão vem crescendo de forma muito robusta, muito eficiente na sua agropecuária. O Maranhão tomou pra si o protagonismo, foi um dos estados que antecipou o processo de retirada de vacinação, fortalecendo o sistema sanitário local, que permitiu que ele entrasse até mais rápido que os demais estados. O governador Carlos Brandão e toda a sua equipe de defesa agropecuária vêm cumprindo um belíssimo papel, preparando o estado para o melhor dos status sanitários do mundo. Hoje ele [o Maranhão] tem esse estado garantido também", reforçou Carlos Fávaro. 

A projeção dos governos brasileiro e maranhense é que a certificação amplie o acesso a mercados mais exigentes, como o asiático, que não compra carne de países que dependem de vacinação. O novo status sanitário internacional também abre a possibilidade de que produtos brasileiros passem a receber prêmios de precificação, já que agora a carne brasileira terá maior capacidade competitiva global.

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