Desde o início do conflito entre Israel e
Hamas, o que os especialistas da área de petróleo mais temiam era que os
ataques fossem estendidos para o Irã e que o país respondesse com o
fechamento do Estreito de Ormuz. O Parlamento iraniano já aprovou o fechamento,
mas ainda é preciso passar pela avaliação do Conselho Supremo de Segurança
Nacional e pelo aiatolá Khamenei para entrar em vigor. Apenas a ameaça do
fechamento já se refletiu no aumento do preço do petróleo. Isso porque entre 20%
e 30% da produção global do óleo passa por lá. Quase todo o petróleo saudita,
grande fornecedor do mundo, é escoado pelo estreito que fica entre o golfo de
Omã e o golfo Pérsico. O Estreito de Ormuz é um dos gargalos da navegação
internacional e seu fechamento afetaria a oferta do petróleo, o que teria
impacto na economia global, inclusive na brasileira.
O que aconteceu neste fim de semana é que mudou a natureza do conflito
no Oriente Médico com a entrada dos Estados Unidos, até então era uma guerra de
Israel contra o Irã. E Donald Trump deu sinais ambíguos sobre a sua
participação. No domingo, após o ataque a três instalações militares, onde
seria feito o enriquecimento de urânio, as primeiras manifestações de
representantes do governo americano, como o vice-presidente J.D. Vance e o
secretário de Defesa, Pete Hegseth, foi no sentido de que essa não era uma guerra
para a mudança do regime, que os ataques estavam focados em acabar com a
pretensão iraniana de desenvolver armamento nuclear.
Estreito de Ormuz é uma região entre Irã e Omã — Foto: Reprodução/Nasa |
No Brasil, estávamos comemorando a queda da
inflação, com o arrefecimento, especialmente, dos preços de alimentos. Os
combustíveis tiveram recentemente uma redução do preço, com o recuo no mercado
internacional do valor do barril e da cotação do dólar. Agora fica tudo em suspenso.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse na última quarta-feira que
ainda não era hora de falar em aumento de preço de combustível. Mas é fato que
não há mais perspectiva de novas queda.
O momento é de torcer para que esse cenário não
se confirme e essa guerra não vá adiante. Mas os sinais são muito ruins,
principalmente pela imprevisibilidade do líder da maior economia do mundo.
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