O Banco Central elevou ontem a taxa
básica de juros (Selic) no Brasil. A Taxa foi de 14,25% para 14,75% ao ano, na
sexta alta consecutiva, a terceira sob a gestão de Gabriel Galípolo, na
presidência do BC. Com isso, a taxa volta ao patamar de agosto de 2006 – é o
maior nível em quase 20 anos.
O aumento da Taxa Selic é uma ferramenta usada pelo Banco Central para
conter a inflação porque ela influencia diretamente o custo do crédito e o
consumo na economia. Aqui está o raciocínio por trás disso:
1. Selic mais alta = juros mais
altos para empréstimos e financiamentos.
Isso torna o crédito mais caro para pessoas e empresas.
2. Crédito mais caro = menos
consumo e investimento.
Com o custo do dinheiro mais alto, consumidores tendem a gastar menos
e empresas adiam investimentos.
3. Menor demanda = menor pressão
sobre os preços.
Com menos dinheiro circulando, os comerciantes e produtores têm menos
espaço para aumentar os preços.
4. Resultado: desaceleração da
inflação.
Em resumo, subir a Selic “esfria” a economia para conter a alta dos
preços.
Mas os juros altos podem levar a mais desemprego?
Exatamente. O aumento da taxa de juros, como a Selic, pode sim gerar
mais desemprego. Isso acontece porque:
1. Empresas investem menos: Com
crédito mais caro, elas evitam abrir novas unidades, comprar equipamentos ou
expandir.
2. Queda no consumo: As pessoas
compram menos, o que reduz a receita das empresas.
3. Resultado: Para cortar custos,
as empresas podem demitir funcionários ou parar de contratar, elevando o
desemprego.
Ou seja, subir a Selic ajuda a controlar a inflação, mas “esfria”
tanto a economia que pode prejudicar o crescimento e o mercado de trabalho.
É por isso que o Banco Central precisa equilibrar bem: controlar a
inflação sem causar uma recessão.
(Por César Soares, consultor)
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