Assembleia Legislativa do Maranhão

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Anistia após condenação de Bolsonaro seria novo golpe de terno e gravata

Tarcísio e Centrão querem melar julgamento no STF para livrar ex-presidente da cadeia


Por Bernardo Mello Franco

No início do julgamento de Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes lembrou que anistiar golpistas não costuma ser boa ideia. Os inimigos da democracia barganham o perdão, voltar a conspirar e esperam a chance de atacar novamente.

“A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”, disse Moraes. “A pacificação do país depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições”, acrescentou.

O Brasil tem uma longa lista de golpes e quarteladas. Quando dão certo, os vitoriosos repartem os cargos se proclamam revolucionários. Quando fracassam, os derrotados negociam um acordão e voltam para casa sem ser incomodados.

Juscelino Kubitschek perdoou os militares que sequestraram um avião da FAB com armas e explosivos para tentar impedir sua posse. Em 1964, os revoltosos conseguiram chegar ao poder. O ex-presidente teve os direitos políticos cassados e foi despachado para o exílio.

A impunidade dos torturadores da ditadura abriu caminho à ascensão de Bolsonaro. Herdeiro dos porões, ele tentou desmontar a democracia que o elegeu. Agora seus aliados usam a velha conversa da pacificação para tentar livrá-lo da cadeia.

A articulação ganhou força nos últimos dias. Na sexta-feira, Tarcísio de Freitas disse que o perdão a Bolsonaro seria seu “primeiro ato” se eleito presidente. Ontem ele desembarcou em Brasília para convencer o Congresso a fazer o serviço em seu lugar.

O Centrão parece ter abraçado a ideia. O deputado Arthur Lira, que ainda dá as cartas na Câmara, foi visitar Bolsonaro na prisão domiciliar. Seu afilhado Hugo Motta avisou que deve pautar o tema assim que o Supremo bater o martelo. Na prática, isso significaria jogar no lixo a decisão a ser tomada pela Corte.

O bolsonarismo sempre tratou o tribunal como inimigo. Na campanha, ameaçou fechá-lo com “um soldado e um cabo”. No governo, hostilizou ministros que não colaboraram com seu projeto autoritário. A campanha de ódio culminaria na invasão violenta de 8 de janeiro de 2023.

Agora a tática mudou: a turma quer subjugar o Supremo com um golpe de terno e gravata.

 

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