Por César Soares
O Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 28 de julho, pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada em Adis Abeba, na Etiópia.
A FAO calcula o indicador de
“prevalência de subnutrição” (PoU) com base na média móvel de três anos. Para
deixar o mapa, é necessário que a PoU fique abaixo de 2,5%. No triênio, o
Brasil registrou valores inferiores a esse patamar.
Histórico recente
• O Brasil
saiu do Mapa da Fome pela primeira vez em 2014, após uma década de políticas
eficazes de combate à pobreza e à fome.
• Com o
desmonte de políticas sociais a partir de 2018, e agravado pela pandemia, o
país voltou a integrar o mapa em 2021, com pico de 4,2% de PoU em 2022, e média
de 3,9% entre 2021 e 2023.
• Desde 2023, o governo Lula retomou políticas sociais robustas
(Bolsa Família, apoio à agricultura familiar, atendimento escolar, banco de
alimentos), que contribuíram para a rápida recuperação dos indicadores,
reduzindo drasticamente a fome severa e a pobreza extrema.
Resultados sociais
• Cerca de
24 milhões de pessoas foram retiradas da insegurança alimentar grave até o
final de 2023.
• A pobreza
extrema caiu para 4,4%, com recordes em renda média domiciliar e menor taxa de
desemprego desde 2012.
Promessa cumprida
A saída era uma promessa de campanha de Lula com
prazo para 2026, e foi alcançada dois anos antes do prazo estabelecido.
Apesar da saída do Mapa da
Fome, a insegurança alimentar ainda permanece: cerca de 3,4% da população (≈ 7
milhões de pessoas) enfrentam fome severa e 13,5% (≈ 28,5 milhões) ainda lidam
com insegurança alimentar moderada.
Sair desse indigno relatório
já significa uma grande conquista, porém os desafios ainda são grandes.